Nos braços de Morpheu
Invado teu sono na tentativa vã
de descobrir se sonhas comigo.
Permeio planícies longínquas,
jardins repletos de flor,
países com línguas mortas…
Omnia vincit amor.
Tu, que és a quimera
que mora em minha onírica realidade:
delírio do dia-a-dia.
Quantos pesadelos constroem a metamorfose
de um t(r)emor noturno?
Paralisada me deparo, de olhos abertos e taciturnos,
ao enxergar sem ar:
mais que parte fantasiosa do subconsciente…
Tu és por si só toda a minha vida.
Não consegui saber se sonhas comigo,
mas te vi abrir um sorriso
em meio aos primeiros raios da manhã.
Portanto, amanhã
continuarei vasculhando
de canto em canto um espaço
para ser sempre motivo
das tuas alegres pálpebras se abrirem
junto com as janelas da casa
e o habitual aroma de eucalipto.
Cotidiano rito…
Se tudo enfim se ajeita,
deixa eu ser essa luz
que entra pela fresta estreita?